Músicas |
Muito Prazer -
(Lula Ribeiro / Walney Costa) |
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Peraí ela me disse
Eu to no meio de uma coisa
Bem eu esperei
Bem eu esperei
Bem zen
Zen nada
Pois eu to sem
Eu tô tao
Total
Eu tô e
Ela total mente
Peraí ela disse
Eu tô no meio duma coisa
O q?
Tô no meio dum caminho
Ok!
Tô no meio da caminha
O q?
Tô no meio da metáfora
Oq!
Eu disse
Bom eu tô aqui
Peraí
Enquanto isso
O Joãozinho Trinta disse que
Cada vez mais vai abolir o
Preto
A cor preta que
Ele ouviu do guru da
Shirley MacLaine que
A cor preta é a cor da
Insegurança
Como você sabe meu amor
Existe guru inseguro
E não existe seguro
Pra ser seguro
E nem prejuízo maior
Que a falta de prazer
Nem seguro pra ter prazer
Muito prazer |
Algum Alguém
- (Lula Ribeiro / Walney Costa) |
Quantas palavras lambidas
Quantas palavras chupadas
Banho de língua alguma alga
Algum alguém al gol
Palavras metidas, mentidas
Algum algures lugares
As faces rosadas, risadas
Roubadas palavras rubores
Quantos beijos algozes
Há gozos
E gostos tocados
Rumores humores vivos
E mares de saliva por salvar
No que eu tanto tenho
Por tanto tempo guardado
Com todas as palavras
Que não dizem tudo
Aí eu fico mudo
E beijo o mundo
Na tua boca e digo
Ao teu seio
A tua virilha
O que eu não sei
Dizer de outro jeito
E o nosso abraço
O nosso peito
A nossa peleÉ um leito
Que eu me deito
Se sou aceito
Pelo meu amor
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Ladainha -
(Lula Ribeiro / L.F. Leprevost) |
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Você vai queimar os pés
Na terra rachada do sertão
Espinhos de lágrimas e cactos
São as flores desses vãos
Teu solado é água-viva
Vidas secas secas são
Tua saliva é carvão
Os lagartos mostram a língua
Da cabra magra sobra o sino
O ralo sangue vai à mingua
Só promessa e procissão
Poeira poeira poeira caatinga
Tuas mãos calejadas de fogo
Podem tocar o rosto agreste
Onde o calango é irmão do homem
E a fome é a própria peste
Cada rastro cria um mapa
O passo que passa é o mesmo que mata
Ladainha de lavadeira
Não tem poço nem posse
Só tem prece |
Milagre
- (Lula Ribeiro / Walney Costa) |
Vou ligar e religar
Com fio nervos e oração
A dor num ultra som
Na fortuna de um sopro vital
Vou curar e revoltar
Da hipócrita política e da escravidão
Da democracia de ocasião
Um milagre assim
Ter poder enfim
Ligar corpo são mente sã verdade
Livrar-se
Do contágio absurdo da publicidade |
Por Causa de
Você - (Tom Jobim / Dolores Duran) |
Ah você está vendo só
Do jeito que eu fiquei
E que tudo ficou
Uma tristeza tão grande
Nas coisas mais simples
Que você tocou
A nossa casa querida
Já estava acostumada
Guardando você
As flores na janela
Sorriam, cantavam
Por causa de você
Olhe meu bem nunca mais
Nos deixe por favor
Somos a vida e o sonho
Nós somos o amor
Entre meu bem por favor
Não deixe o mundo mau
Lhe levar outra vez
Me abrace simplesmente
Não fale, não lembre
Não chore meu bem |
O Amor
Presente - (Lula Ribeiro / Suely Machado) |
No amor presente
O corpo sente
O coração é quente
O olhar tem pouso
E o corpo acessível ao toque
Estremece, vibra, afaga, protege
Brinca e colore a vida
Não só com o que sente
Mas com a primazia do corpo vivo
Corpo cor, corpo forma
Corpo luz, corpo amor
No amor ausente
A gente deita, relaxa
E fecha os olhos
E faz do amor ausente
O amor presente |
Você Não
Tava Lá - (Lula Ribeiro / Pierre Aderne) |
Você nem sabe o jeito
Que eu fiquei
Quando eu acordei
E você não tava lá
Até te procurei pelo jardim
Dentro de mim
Mas você não tava lá
Nossa cama
O chão, o teto
O quarto e a janela
Pra te ver chegar
Minha mão e o coração
Deixei a porta aberta
Pro dia que você voltar
Você nem sabe
O que é amanhecer
Sem ver você
Sem saber recomeçar
Me procurei sem me encontrar
Não quis o fim
Mas você não tava lá |
Janeiros -
(Lula Ribeiro) |
Levanto cedo
Pra olhar para você
Meu querido
Rio de Janeiro
Onde sempre é fevereiro
Tempo, fantasia e carnaval
Penso bobagens
Lamber o Pão de Açúcar
Sem deixar nenhum torrão
Dar abraços em seus braços
Ó lindo Corcovado
Oh Rio
Natureza do Brasil
De janeiro a janeiro
Onde sempre é fevereiro
Rio, Rio de Janeiro |
Porto - (Lula Ribeiro / Walney Costa) |
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Vou partir do porto
Que cheguei
Vou chegar no porto
Que parti
Levo a vontade de vencer
Trago o prazer de existir
Navego o além-mar
Sou cosmonauta
Caminho entre astros
Sou daqui
Minha alma é o meu testamento
Minha arma é o meu amor
Enlevo a potência
Do meu sonho
Meu corpo
Ofereço em esplendor
Simples como é simples
O desejo
De ser um viajante amador |
Mêrce de
Você - (Lula Ribeiro / Ismar Barreto) |
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Deixe estrar e estar
Mais a fim de perder
Meu olhar no olhar
E você
Entender
O porquê
Te querer
Sabe as vezes
Por mil vezes
Tentei é que eu
Minha cara de cara
Nem sei
De repente tentei
Mas não deu
Como é essa coisa
Tão louca de estar
Meio bobo parado no ar
E querendo pousar
Pra te ter
Só assim eu me sinto
Um superstar
E me deito
Neste teu olhar
Pra ficar
A mercê de você |
Desperdício
- (Lula Ribeiro / Pierre Aderne / L.F. Leprevost) |
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Teus vestidos não couberam em tua mala
Tomar comprimidos é teu jeito de ser saudável
E os quadrinhos não enfeitam a sala
A saudade dorme calada na tua cama
Prestes a cometer homicídio
Os tubarões ficaram dóceis na banheira
Mas odeiam desperdício
Teus livros solidão organizada
Na estante
Teus sorrisos marcaram
Feito mordidas o meu peito
Eu podia ter sofrido e me descabelado
Mas acontece que achei
Tudo isso hilário |
Paralelo -
(Lula Ribeiro / Pierre Aderne / L.F. Leprevost) |
Se tiver calor se fizer dia bonito
Azul sem nuvens céu turmalina de garimpo
Raio de sol que me mate de sede
Preguiça de peixe que balança na rede
Tesão de sereia encalha na areia
Mar vermelho que deságua na veia
Que a loura gelada encha meu copo
Que sua sombra sambe fora do foco
Melhor cai em você o biquíni
Do que na manequim da vitrine
O verão todo é todo esse transe
Porquê pinta bem em você esse bronze
Mas se por acaso chover
Céu nublar dia anoitecer
Pára-raios para raiar no armário
Para criar ondas dentro do aquário
Parafina pra parafinar o chão
Para o chão não derrapar
Parafuso para o horário do fuso desparafusar
Pára-quedas para não se esborrachar
Para médico pra remediar
Se você de tédio espirrar
Pára-choque Paralamas pra tocar no avião
Parafernália tropicália para criar contradição
E o sol e o sol e o sol e o sol
Solar |
Congênito
- (Luiz Melodia) |
Se a gente falasse menos
Talvez compreendesse mais
Teatro, boate, cinema
Qualquer prazer não satisfaz
Palavra, figura de espanto
Enquanto na terra, tento descansar
Mas o tudo que se tem
Não representa nada
Tá na cara que o jovem
Tem seu automóvel
O tudo que se tem
Não representa tudo
O puro conteúdo é consideração
Quem não vê
Não goza de consideração
Quem não vê
Então, sai a consideração |
O
Trapézio e o Chão - (Lula Ribeiro / Pierre Aderne) |
Em cima da corda bamba
Todo mundo balança
Mas ninguém quer pular
O palhaço que chorou começa
A ter esperança
Mas não quer se arriscar
A cabeça a rodar o mundo
Mas os pés no picadeiro
Ainda querem o chão
Perigo e medo
Rondam o trapézio
Só falta coragem
Pra soltar a mão
Eu me lanço
Num jogo de sorte
Que não valia sofrer
Cai minha moto
No globo da morte
E no meio do fogo
Aparece você |
Dandá
- (Lula Ribeiro / Walney Costa) |
Danda nenê
Danda naná
Dandá
Há uma estrada
Anda anda
Anda anda e nada
Nada nada e chega
Danda nenê
Danda naná
Dandá
Será que eu sei
Te ensinar a chegar...
Será que eu
Aprendi andar...
Será que eu sei
Te ensinar a andar...
Será que eu
Aprendi chegar... |
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Ficha
Técnica |
SHOW GRAVADO AO VIVO NO BAR DO TOM (RJ),
EM 22 DE NOVEMBRO DE 2006
Direção: Suely Machado e Lula Ribeiro /
produzido por: Arthur Maia e Lula Ribeiro /
Arranjos: Arthur Maia, Lula Ribeiro e músicos participantes
/ Arranjos de “Ladainha e Desperdício: Perinho Santana /
Produção Executiva: Kaco Assessoria de Comunicação
(Fabiana Rodrigues, Aline Kaneco e Luciana Closa) /
Assistente de produção: André Cozta / Gravado,
mixado e masterizado por: Bob Nagy /
Técnico de PA: João Damaceno / Técnico
de Monitor: André Nascimento /Roadie: Marcão
/ Projeto gráfico e Fotos: Victor Hugo
Participações Especiais: Sérgio Chiavazzolli,
Paulinho Moska e Luiz Melodia |